O colapso da atenção está transformando o marketing
- juuhendges
- 3 de jun.
- 1 min de leitura
O termo "brain rot", eleito Palavra do Ano de 2024 pelo Oxford, é muito mais do que um fenômeno cultural. É um sintoma profundo de uma era saturada de estímulos digitais, onde a atenção humana se tornou fragmentada, instável e cada vez mais escassa. Rolagens infinitas, vídeos curtos, múltiplas telas. O resultado? Fadiga cognitiva, dependência de dopamina e uma perda real na capacidade de absorver e reter informações com profundidade.
Isso impacta diretamente o consumo, a construção de marca e o comportamento do consumidor. A memória de longo prazo, pilar essencial do branding, está ameaçada. A consequência? Mensagens complexas são descartadas. Só sobrevive o que é simples, emocional e memorável.
Mas há uma saída. E ela passa por um conceito que precisa ganhar mais espaço nas estratégias: Deep Engagement.
O engajamento profundo é a resposta mais inteligente à superficialidade da era digital. Ele parte da neurociência, passa pelo neuromarketing e chega na criatividade, na empatia e na cocriação. Marcas como Nike e LEGO já entenderam: a chave não é falar mais, é conectar melhor.
Criar experiências multissensoriais. Contar histórias que fazem sentido. Apostar em ações ousadas e surpreendentes. Deixar de lado as fórmulas vazias e focar naquilo que realmente toca o consumidor: emoções, identificação e pertencimento.
E sim, a Inteligência Artificial pode e deve ser usada, desde que potencie a empatia e não substitua a humanidade. Porque, no fim, não vendemos produtos ou serviços. Vendemos sensações, significados e memórias.
Em um mundo de cérebros saturados, quem vencerá não é quem grita mais alto. É quem toca mais fundo.

Comments