ChatGPT, qual foi a pergunta mais idiota que já fiz?
- juuhendges
- há 22 horas
- 2 min de leitura
Nos últimos dias, uma trend tomou conta das redes sociais: pessoas perguntando ao ChatGPT qual foi a pergunta mais idiota que já fizeram.
As respostas variam entre o irônico e o constrangedor, mas quase sempre apontam para o mesmo lugar: perguntas mal formuladas, enviesadas ou feitas apenas para confirmar uma opinião prévia.
Pode parecer só uma brincadeira de internet, mas no universo da pesquisa de mercado, esse tipo de pergunta não é inofensivo. Ela custa caro.
Toda pergunta carrega uma intenção. E, muitas vezes, um desejo oculto de validação.
Na prática, as perguntas mais “idiotas”, tanto para uma IA quanto para um instituto de pesquisa, são aquelas que:
- Já pressupõem uma conclusão
- Direcionam a resposta do entrevistado
- Eliminam nuances e contradições
- Transformam pesquisa em confirmação de achismo
Quando isso acontece, o dado não revela a realidade. Ele apenas reforça uma narrativa confortável. E decisões estratégicas baseadas em conforto não geram crescimento.
Ferramentas como o ChatGPT deixaram algo muito claro: não existe resposta inteligente para uma pergunta mal feita.
A inteligência artificial não pensa sozinha. Ela reage ao estímulo que recebe.
Com pesquisas de mercado o princípio é o mesmo, mas com um agravante:
pessoas não respondem apenas com lógica, mas com emoção, contexto social, cultura e contradições internas.
Por isso, uma pesquisa mal conduzida não é neutra. Ela induz, distorce e cria uma falsa sensação de segurança.
Um instituto sério não existe para agradar o cliente. Existe para proteger a decisão.
Isso significa:
- Questionar o briefing
- Desmontar perguntas prontas
- Apontar vieses invisíveis
- Recusar perguntas que contaminam o resultado
Na Engaje Pesquisas, a pergunta mais importante raramente é a primeira que chega.
Ela é construída. Afinal, perguntar é fácil, mas a chave estratégica é investigar.
Investigar exige método, repertório e responsabilidade.
Investigar é:
- Entender o contexto antes do questionário
- Ler o cenário cultural e competitivo
- Identificar tensões latentes
- Traduzir complexidade em perguntas
- Conectar respostas com decisões reais
Sem isso, a pesquisa vira um ritual vazio e inútil.
No fim, a pergunta nunca é “idiota” por acaso.
A pergunta revela a maturidade de quem decide.
Revela se a empresa quer aprender ou apenas confirmar.
Se quer reduzir risco ou justificar escolhas.
A trend do ChatGPT é divertida, mas o alerta por trás dela é sério:
Toda decisão errada começou com uma pergunta mal feita. E nenhuma tecnologia, nem humana, nem artificial, corrige isso sozinha.
Por isso, na Engaje Pesquisas, dado sem contexto é só opinião.
Pergunta sem estratégia é só ruído.




Comentários